quarta-feira, 11 de junho de 2014

Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento, do MEC, anuncia primeiros editais

Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento, do MEC, anuncia primeiros editais

Data: 27/05/2014
Iniciativas são voltadas ao incentivo à pós-graduação e ao financiamento de pesquisas e bolsas-sanduíche no exterior. Ministra Luiza Bairros, da Igualdade Racial, participou do evento
Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento, do MEC, anuncia primeiros editais
Para a ministra Luiza Bairros, "estamos vivendo um momento muito especial, de muitas conquistas em relação à promoção da igualdade racial"

O Ministério da Educação (MEC) anunciou na manhã desta terça-feira, 27, dois editais dentro do Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento, voltados ao incentivo à pós-graduação e ao financiamento de pesquisas e bolsas-sanduíche no exterior.

A solenidade contou com as presenças da ministra Luiza Bairros, da Igualdade Racial, Henrique Paim, ministro da Educação, Paulo Speller, secretário de Educação Superior do MEC (Sesu), Jorge Guimarães, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Macaé Evaristo, secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) e Elisa Larkin Nascimento, diretora-presidente do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros (Ipeafro).

Representantes das populações indígenas, quilombolas, do movimento pela educação inclusiva e da Educafro também puderam falar ao público, em boa parte formado pelos participantes do III Seminário de Educação Escolar Quilombola, realizado ontem e hoje, em Brasília-DF.

Segundo Macaé Evaristo, que apresentou o conteúdo dos editais, eles representam o primeiro passo concreto para a efetivação do Programa, que tem como objetivo proporcionar formação e capacitação de estudantes negros, pardos, indígenas e com deficiência, para estudar em instituições brasileiras e no exterior de excelência em educação profissional e tecnológica e centros de pesquisa. A ação beneficia ainda estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades, com elevada qualificação em universidades.

Os editais
Um dos editais, pré-acadêmico, financiará projetos de universidades federais, estaduais e comunitárias que realizam cursos para permitir o acesso do público-alvo a programas de mestrado e doutorado. ?A iniciativa é da Sesu, a ação faz um recorte distinto, diferenciado, afirmativo, para permitir que todos os novos estudantes que estão acessando a educação superior possam também se preparar para a pós-graduação?, afirma Macaé Evaristo.

De acordo com a secretária, o outro, em parceria com a Capes, financiará 50 projetos de pesquisas que envolvam universidades brasileiras em parceria com instituições de ensino do exterior. Em cada um deles serão ofertadas dez bolsas de graduação-sanduíche e quatro para estudantes de doutorado.

?É um passo importante, fundamental, que não seria viável se não tivéssemos, de fato, uma mudança, uma transformação da própria estrutura do MEC. Quero reafirmar o apoio incondicional dos ministros Henrique Paim e Luiza Bairros para chegarmos aqui. É uma honra a gente poder desenvolver editais em um programa que leva o nome de Abdias Nascimento no seu centenário. Uma forma de fazer as pessoas continuarem vivendo é honrando seus pensamentos. Essa é uma vitória de muitos militantes que estão aqui, que dedicaram a sua vida para que  gente pudesse a cada dia dar um passo em relação a nossas conquistas?, afirmou Macaé.

Comemoração ? Para a ministra Luiza Bairros, estamos vivendo um momento muito especial, de muitas conquistas em relação à promoção da igualdade racial e ao que está sendo articulado dentro do governo da presidenta Dilma. ?Elas causam reações, às vezes negativas, mas o que sempre insistimos na SEPPIR é que essas decisões que tomamos em relação à ação afirmativa e a iniciativas voltadas à população negra do Brasil, interessam a toda a sociedade brasileira?.

Ela acredita que ?no rastro dos grandes debates trazidos pelo movimento negro e incorporados pelo Governo Federal é que se pode ter hoje o Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias do Nascimento, demonstrando que quando a situação muda para melhor, no caso do negro brasileiro, ela muda para a sociedade?, afirmou.

Bairros destacou conquistas recentes como a criação da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas (Proaf) da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e a aprovação, no Senado Federal, do PLC 29/14, que dispõe sobre a reserva de vagas para pretos e pardos em concursos públicos federais. ?Isso é de uma importância histórica que muitas pessoas ainda não perceberam a dimensão?, diz.

Ainda de acordo com a ministra, as cotas não se referem apenas à administração direita, o que significa a possibilidade de se estimular a diversidade em espaços extremamente valorizados no mercado de trabalho. ?É uma questão que dialoga com o Programa, que contempla além da população negra, os grupos historicamente discriminadas. A luta se faz com muitos e se faz pela solidariedade que somos capazes de estabelecer com todos os atores sujeitos de direitos dentro da sociedade?.

Para o ministro Henrique Paim, historicamente, no Brasil, a educação foi relegada a segundo plano e os processos de desenvolvimento não incluíram a preocupação com a questão educacional, muito menos com a questão da inclusão. No entanto, recentemente as pessoas perceberam que a educação é uma forma de ascender socialmente. ?Mas o que temos que destacar são as pessoas que, independentemente da política, sempre levaram adiante a mensagem da importância da educação. Essa homenagem que fazemos a Abdias é o reconhecimento por sua luta pela inclusão e que vai representar todo o legado que nos deixou?.

O Programa - O Programa Abdias Nascimento é complementar às atividades de cooperação internacional e de concessão de bolsas no país e no exterior, já desenvolvidas pela Capes que, junto com a Secadi responde pela coordenação da iniciativa.

Busca oferecer oportunidade aos estudantes e ampliar sua participação em novas experiências educacionais e profissionais voltadas à educação, à competitividade e à inovação em áreas prioritárias para a promoção da igualdade racial, o combate ao racismo, o estudo e valorização das especificidades socioculturais e linguísticas dos povos indígenas, a acessibilidade e inclusão no Brasil, e a difusão do conhecimento da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena.
 
Coordenação de Comunicação da SEPPIR

terça-feira, 10 de junho de 2014

Ações afirmativas conquistam espaço de aceitação na sociedade

Ações afirmativas conquistam espaço de aceitação na sociedade

Data: 10/06/2014
Lei das Cotas nos concursos públicos federais foi sancionada ontem (9), em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília
Ações afirmativas conquistam espaço de aceitação na sociedade
A Lei que reserva 20% aos negros das vagas nos concursos públicos federais foi sancionada nesta segunda-feira (9) pela presidenta Dilma. Ao Blog do Planalto, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, falou sobre a importância da aprovação da nova regra e rebateu as principais críticas ao projeto aprovado.
Clique aqui para assistir a entrevista.
“A lei das cotas nos concursos públicos tem uma importância fundamental. Em primeiro lugar ela busca atacar uma questão de há muito diagnosticada no Brasil, de que as pessoas negras que concluem um curso de nível superior são na verdade as mais discriminadas no mercado de trabalho em matéria de rendimento. Isso quer dizer que, quanto maior a escolaridade da pessoa negra, maior é o diferencial de rendimento dessa pessoa em relação aos trabalhadores brancos.”
Para a ministra, ações afirmativas têm conquistado espaço de aceitação na sociedade brasileira, especialmente depois da decisão do Supremo Tribunal Federal que considerou constitucional a medida nas universidades. Entretanto, ainda há resíduos de setores contrários à iniciativa.
“O principal alvo desses setores, no que se refere à lei de cotas nos concursos públicos federais, diz respeito à questão da autodeclaração da cor. Nesse tipo de argumento, o que nós percebemos na realidade é uma tentativa de tumultuar o processo de aplicação da lei, que vai ter uma aplicação imediata, porque, afinal de contas, no Brasil o critério sempre foi o critério da autodeclaração de cor. As pessoas fazem isso nos levantamentos e nas pesquisas do IBGE. Nunca ninguém questionou os resultados obtidos pelo IBGE. Portanto, não há razão para questionar o uso desse critério também quando se trata em cota em serviço público.”
Clédisson Geraldo dos Santos Júnior, da organização EnegreSer, acredita que a sanção da lei será um incentivo para continuar lutando pela promoção da igualdade.
“Somos 52% da população brasileira, então é importante que possamos nos representar nesses espaços com tamanho, intensidade e estatura”.
Maria Júlia Nogueira, secretária de Combate ao Racismo da CUT (Central Única dos Trabalhadores) comenta que de 2013 para cá, passos significativos foram dados para a população negra como a criação da Seppir, implementação do Estatuto da Igualdade Racial e cotas nas universidades públicas.
“São ações efetivas que vem na contramão de uma política racista que era implementada pelo estado brasileiro”, disse.
Fonte: Blog do Planalto

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Lei que oficializa Hino à Negritude é sancionada

Lei que oficializa Hino à Negritude é sancionada

Data: 05/06/2014
De autoria do professor Eduardo de Oliveira, o hino foi criado há 70 anos e agora fará parte de cerimônias voltadas à população negra
“Fica oficializado, no território nacional, o Hino à Negritude, de autoria do professor Eduardo de Oliveira”. É o que dispõe a lei nº 12.981/2014, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff no dia 28 de maio. A partir da publicação, o Hino passa a ser entoado em eventos oficiais relacionadas ao tema.
O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados no fim de maio. Na ocasião, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) promoveram um ato em Brasília, para celebrar a conquista.
As muitas tentativas realizadas por Eduardo de Oliveira, ex-membro do CNPIR já falecido, para aprovação do “Hino à Negritude” remontam aos anos sessenta e na homenagem prestada sua execução contagiante dava provas de força e a atualidade.
Para a ministra Luiza Bairros, “vários autores já destacaram o papel que museus, censos e hinos podem cumprir no fortalecimento da identidade nacional. O poeta e professor Eduardo Oliveira, com uma visão pluralista e abrangente, teve a sensibilidade de perceber isso e persistir no reconhecimento de sua valiosa contribuição, durante décadas de ativismo”.
“Pois que as páginas da História/ São galardões aos negros de altivez” são versos do refrão do Hino à Negritude. A homenagem prestada pela SEPPIR/CNPIR ao autor, com a unanimidade de todos os oradores, cumpriu também o papel de reconhecimento público a um “negro de altivez”, a que se destinam as páginas da história.
Ouça o Hino da Negritude no Youtube.
Conheça o texto do hino:
I
Sob o céu cor de anil das Américas
Hoje se ergue um soberbo perfil
É uma imagem de luz
Que em verdade traduz
A história do negro no Brasil
Este povo em passadas intrépidas
Entre os povos valentes se impôs
Com a fúria dos leões
Rebentando grilhões
Aos tiranos se contrapôs
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
(bis)
II
Levantado no topo dos séculos
Mil batalhas viris sustentou
Este povo imortal
Que não encontra rival
Na trilha que o amor lhe destinou
Belo e forte na tez cor de ébano
Só lutando se sente feliz
Brasileiro de escol
Luta de sol a solenidades Para o bem de nosso país
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
(bis)
III
Dos Palmares os feitos históricos
São exemplos da eterna lição
Que no solo Tupi
Nos legara Zumbi
Sonhando com a libertação
Sendo filho também da Mãe-África
Arunda dos deuses da paz
No Brasil, este Axé
Que nos mantém de pé
Vem da força dos Orixás
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
(bis)
IV
Que saibamos guardar estes símbolos
De um passado de heroico labor
todos numa só voz
Bradam nossos avós
Viver é lutar com destemor
Para frente marchemos impávidos
Que a vitória nos há de sorrir
Cidadãs, cidadãos
Somos todos irmãos
Conquistando o melhor por vir
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São Galardões aos negros de altivez.
em todo território nacional. A ideia surgiu a partir do projeto de lei do deputado federal Vicentinho (PT – SP).
A composição do hino começou em 1940 pelo professor Eduardo Ferreira de Oliveira. A canção homenageia a luta da população negra e cita, por exemplo, Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Eduardo de Olveira morreu em 2012, aos 86 anos, e não chegou a ver o seu hino oficializado no Diário Oficial
A partir de agora, o hino será entoado em eventos que envolvam a temática negra. Conheça o texto do hino:
I
Sob o céu cor de anil das Américas
Hoje se ergue um soberbo perfil
É uma imagem de luz
Que em verdade traduz
A história do negro no Brasil
Este povo em passadas intrépidas
Entre os povos valentes se impôs
Com a fúria dos leões
Rebentando grilhões
Aos tiranos se contrapôs
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
(bis)
II
Levantado no topo dos séculos
Mil batalhas viris sustentou
Este povo imortal
Que não encontra rival
Na trilha que o amor lh destinou
Belo e forte na tez cor de ébano
Só lutando se sente feliz
Brasileiro de escol
Luta de sol a solenidadesPara o bem de nosso país
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
(bis)
III
Dos Palmares os feitos históricos
São exemplos da eterna lição
Que no solo Tupi
Nos legara Zumbi
Sonhando com a libertação
Sendo filho também da Mãe-África
Arunda dos deuses da paz
No Brasil, este Axé
Que nos mantém de pé
Vem da força dos Orixás
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
(bis)
IV
Que saibamos guardar estes símbolos
De um passado de heroico labor
todos numa só voz
Bradam nossos avós
Viver é lutar com destemor
Para frente marchemos impávidos
Que a vitória nos há de sorrir
Cidadãs, cidadãos
Somos todos irmãos
Conquistando o melhor por vir
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São Galardões aos negros de altivez.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Reunião do cepa

Posse dos Conselheiros do Conselho Municipal de Politicas de Promoção da Igualdade Racial de Jaraguá do Sul.

Conselho Cepa, participou da posse dos novos conselheiros do conselho municipal de políticas de promoção da igualdade racial de Jaraguá do Sul. Muito importante criação e posse do conselho. Na solenidade encaminhamos ao prefeito de Jaraguá, o senhor Dieter Janssen, que assumiu o compromisso na implementação das políticas de promoção da igualdade racial e que passam necessariamente pelo compromisso do gestor local com as ações que devem o Estado desenvolve. Compromisso assumido, agora fazer com que as ações desenhadas saiam do papel. Cumprimento os militantes, companheiros: Francisco Valdecir Alves, diretor de habitação e militante do movimento negro e o companheiro Luis Fernando Olegar, militante do movimento negro, integrante da prefeitura e o novo presidente do Conselho local. Parabéns a todos e a todas.
 

Encontro com prefeito de Tijucas

No dia 02 de junho, o Conselho Estadual Das Populações Afro descendente, esteve acompanhando o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Tijucas e o Fórum Estadual de Educação Para as Relações Étnicos raciais esteve em reunião com o Prefeito de Tijucas, Valério Tomazi e a Assessoria de Educação do município, em reunião para discutir ações de políticas de promoção da igualdade racial. Na pauta, educação, saúde. Encaminhamentos feitos forma no sentido de fortalecimento do Conselho e a Criação dos organismos de políticas públicas. Esse empenho começa a mostrar os resultados, precisamos continuar e pressionar para que as políticas de tornem uma realidade objetiva.
Cumprimento o conselho local pelas ações e nos colocamos para acompanhar e auxiliar sempre que necessário. Na mesma linha vamos reforçando nossas ações de parcerias com Fórum de Educação Étnicorracial.
 (5 fotos)

HAITIANOS

Mais um grupo de haitianos no Conselho Estadual Das Populações Afro descendente, retirando roupas que foram doadas. Me agradecimento especial a nossa companheira e militante Solange Adão, pela parceria que só nos fortalece! Em seu nome agradeço a tod@s que estão colaborando para reduzir os problemas que enfrentamos. Muito além do frio existe um gesto de carinho que aquece! (4 fotos)