Bom dia!
O Conselho Estadual das Populações Afrodescendentes de Santa Catarina,
depois de encaminhamentos sobre o 20 de novembro tirou uma proposta que foi
apresentada pelo presidente e partilhada por todos os membros da comissão. Como
se sabe, muito tem sido questionado sobre o programa de ações afirmativas, onde
a cota para negros nos mais variados segmentos, tem sido constantemente
debatida, discutida, criticada, rebatida e em grande parte
contestada. Contestada por entenderem que a superação da discriminação não
precisa, não passa por qualquer esmola, segundo o entendimento de alguns. Este
grau de desinformação e falta de compromisso com a história do Brasil nos remete
a pensar, o quão ainda é necessário colocar esse debate e a discussão no centro
da conversa. Recentemente o STF, após longos debates, audiências e posições de
defesa de ambos os lados, manifestou-se pela constitucionalidade do programa de
ações afirmativas, que grande parte da mídia, imprensa, e outros grandes
pensadores que estão discutindo do ponto de vista do dominador a questão do
racismo no Brasil, ou a meu juízo, consubstanciado na necessidade mesquinha ma
manutenção de espaços de poder. Abrir um debate sadio, profundo e que possa
revelar o tamanho do hiato que ainda nos atinge deve ser uma tarefa incessante
de todos nós, em especial do movimento negro e daquele que independente da
pigmentação e da melanina, lutam por uma sociedade mais justa e mais próxima do
espírito da fraternidade. Ao apresentar o tema: O Estatuto da Igualdade racial é
pra valer, repeite-o e contra o extermínio da juventude negra , queremos trazer
um debate posterior ao julgamento do STF, que para nós, militantes do movimento
negro e dos movimentos sociais ainda não foi debatido á exaustão, nem tampouco
comemorado como é merecido.
Traremos para o debate pessoas com propriedade no assunto, tais como;
Luislinda Valois, desembargadora negra da Bahia, Edson França, militante do
movimento negro nacional, a Secretaria especial de políticas de promoção da
igualdade racial, a editora JH Mizuno, distribuidora do Estatuto da Igualdade
Racial comentado, professor Marcos Caneta dentre outros grandes nomes que
vêm construindo e fortalecendo a negritude no Brasil, processo já iniciado por
negras e negros que aqui chegaram dese os primeiros cativos. Essa discussão
passa necessariamente pela releitura do que foi a escravidão no Brasil, uma
dívida trabalhista ao meu ver, e QUE É A MAIOR DÍVIDA TRABALHISTA AINDA NÃO PAGA
NO BRASIL, E UMA DAS MAIORES DO MUNDO. Essa INDENIZAÇÃO precisa ser posta em
prática, e como nos foi tirado do Estatuto a possibilidade de reparação
financeira propriamente dita, ressalte-se que pelas mesmas forças que ganharam e
lucraram muito com a exploração do trabalho e que hoje manipulam do Congresso
Nacional o que é ou não bom para nós. Pelos motivos que entendo relevante é que
coloquei o tema para discussão e avalio que acertamos nos encaminhamentos.
Abraços,
Ribeiro.
Presidente em exercício do CEPA