terça-feira, 29 de outubro de 2013

CAFÉ NDIMBA, NA SESSÃO BAOBÁ DE CINEMA APRESENTA: ?RAÇA, UM FILME SOBRE A IGUALDADE?.

CAFÉ NDIMBA, NA SESSÃO BAOBÁ DE CINEMA APRESENTA: ?RAÇA, UM FILME SOBRE A IGUALDADE?.

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filme raça
3º CAFÉ NDIMBA, NA ?SESSÃO BAOBÁ DE CINEMA?
?RAÇA, UM FILME SOBRE A IGUALDADE?
Direção: Joel Zito Araújo e Megan Mylan
?ONDE ESTA A IGUALDADE?? Exibições de Filmes, Música, Performances, Intervenções e Roda de Conversa.
Participações Artísticas: Vozes de Zambi, Grupo Samba 7 e Vocal de Mulheres Wambui, Artistas convidado e Estudantes do Curso de Artes Cênicas da UFSC.
PROGRAMAÇÃO:
Dia: 1º de Novembro (sexta)
14h : Exibição do Filme: RAÇA , Um Filme Sobre A Igualdade ( 104?)
Direção: Joel Zito Araujo e Megan Mylan
15h45 ? Roda de Conversa
17h15 ? Cofee Break
17h30 ? Arrastão Saravá ( Performance)do CFH até Pça Cidadania(CCE)
17h40 ? Show com Samba 7, Mulheres Wambui e Convidados na Pça da Cidadania ? CCE
18h40 ? Encerramento
Contamos com a participação de todos/as!!
Quando? Onde?
Dia: 01.11.2013 (sexta)
Horário: 14h
Local do Filme: Hall e Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH)
Local do Show: Pça. da Cidadania, UFSC ? Campus Trindade ? Centro de Comunicação e Expressão (CCE)
Endereço: Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima ? Trindade ?(CFH)
Quanto: Gratuito
Mais Informações sobre o filme Raça:
http://www.racafilme.com.br/
Mais informações sobre o 3º Café Ndimba:
http://coletivokurima.wordpress.com
SeCult: (48) 3721-2376 / 3721-8304
Realização: Equipe de Produção Artístico Cultural do Coletivo Kurima, Vozes de Zambi
Parceria: Cine Paredão, COPPIR, UFSC
Promoção: Secult/UFSC
Patrocínio/Apoio: UFSC, BAOBÁ, IMPRENSA, CCE, CFH, NELOOL
Coletivo Kurima:
Membro Responsável pela Produção Artístico Cultural do Coletivo Kurima:
Roberta Lira ? Artes Cênicas ? (48) 9914-2493
Membros da Comissão Coletivo Kurima:
Cher Lopes ? Arquitetura ? (48) 9924-7760
Josiane Martins Gonçalves ? Direito ? (48) 9965-9076
Renata Lima ? Psicologia ? (48) 9909-2212
Roberta Lira ? Artes Cênicas ? (48) 9914-2493
Flavia Helena de Lima
Coordenadora da Igualdade Racial


Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial - COPPIR
Florianópolis/SC - (48) 3251-6266

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Rio de Janeiro quer acelerar implantação do Juventude Viva no estado

Rio de Janeiro quer acelerar implantação do Juventude Viva no estado

Data: 21/10/2013
Proposta foi defendida hoje (21/10) pelo superintendente de Políticas para a Juventude do governo carioca em reunião com o secretário Executivo da SEPPIR
Rio de Janeiro quer acelerar implantação do Juventude Viva no estado
Superintendente afirmou que o estado está preocupado em acelerar a chegada do Juventude Viva no Rio

O secretário Executivo da SEPPIR, Giovanni Harvey, e o coordenador Nacional do Plano Juventude Viva, Felipe Freitas, se reuniram hoje (21) com o superintendente de Políticas para a Juventude do Rio de Janeiro, Tiago Santana. O encontro ocorreu na SEPPIR, com o objetivo de acelerar a implantação do Plano Juventude Viva no Rio de Janeiro. O estado está incluso no cronograma de adesões, que também abrange municípios de Alagoas, Paraíba, São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Pará, no total de 142 localidades.

Felipe Freitas informou que a ordem dos municípios a serem contemplados pelo PJV é definida a partir dos índices de vulnerabilidade e mortalidade dos jovens apresentados nas respectivas localidades. O coordenador ressaltou que toda a SEPPIR está efetivamente engajada para acelerar o processo, e se comprometeu a apresentar a pauta na próxima reunião do Comitê Gestor do Plano, a ser realizada em novembro deste ano. A previsão é que o estado fluminense seja contemplado com a incorporação as ações do Plano a partir do início de 2014.

Apesar do índice de mortalidade de jovens negros ter reduzido na capital, Tiago Santana destacou o problema que vem afetando as demais localidades do estado. Em São Gonçalo, Niterói, Nova Iguaçu e Caxias, por exemplo, os números de criminalidade e vulnerabilidade dos jovens continuam aumentando. “A pactuação política com os atores está em andamento e estamos agilizando as ações. O estado está preocupado em provocar, de forma a acelerar o processo”, declarou o superintendente.

Santana também deu destaque ao termo de cooperação assinado com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, para o mapeamento dos territórios mais vulneráveis, e à importância da utilização de manifestações culturais como instrumentos de mobilização. “O festival Rio Parada Funk, que reúne aproximadamente 50 mil jovens, é um exemplo de espaço propício à divulgação do PJV”, afirmou.

Por fim, o secretário Giovanni Harvey destacou a preocupação da SEPPIR em garantir a eficácia e efetividade das políticas públicas voltadas à juventude negra vulnerável, com extinção dos autos de resistência e estabelecimento do Plano Juventude Viva como um marco. Para o representante da SEPPIR, o extermínio de adolescentes e jovens também é um problema que tem efeitos sobre a previdência, já que “estão matando indivíduos que constituirão a maioria da população economicamente ativa do país”. Na oportunidade, o secretário aproveitou para enfatizar a necessidade da população negra assumir cargos de gestão, a exemplo do superintendente.
 
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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Comissão de Direitos Humanos do Senado debateu soluções para o fim da violência contra jovens negros

Comissão de Direitos Humanos do Senado debateu soluções para o fim da violência contra jovens negros

Data: 11/10/2013
Três em cada quatro jovens assassinados no Brasil são negros. A Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal discutiu soluções para tentar mudar este quadro.
Comissão de Direitos Humanos do Senado debateu soluções para o fim da violência contra jovens negros
A Comissão de Direitos Humanos discutiu, nesta quinta-feira (10/10), a violência contra a juventude negra, que é a principal vítima de homicídios em todo o Brasil. Dados apresentados pela presidenta da Comissão, a senadora Ana Rita, do PT do Espírito Santo, mostram que de cada 4 jovens assassinados no Brasil, 3 são negros. “ A maioria dos homicídios que ocorrem no Brasil atinge pessoas jovens.
Do total de vítimas, cerca de 50% tinham entre 15 e 29 anos. Destes 75% são negros. Em 2009, por exemplo, os homicídios foram a causa de morte de 6.685 jovens brancos e de 18.595 jovens negros na faixa de 15 a 29 anos”, disse ela. Entre as possíveis soluções para tentar alterar esta situação, a senadora Lídice da Mata, do PSB da Bahia, defendeu que as políticas de segurança pública do país precisam de grades alterações.
Diante da gravidade do problema, senadores, gestores e especialistas presentes à reunião declararam apoio ao projeto, que ainda está em análise na Câmara dos Deputados, que determina que sempre seja aberto um processo de investigação nos casos de mortes ou ferimentos de pessoas em supostos confrontos com a Polícia. Hoje poucos destes casos são realmente investigados, sob a alegação de que teria havido resistência à ação da Polícia, os chamados Autos de Resistência. Também foi pedido pelos participantes que sejam adotadas políticas pelo Ministério da Educação que diminuam a evasão escolar entre os jovens negros durante o Ensino Médio.
Em 2007, o governo federal lançou o Plano Juventude Viva, que reúne ações de vários Ministérios, com foco na inclusão e emancipação dos jovens, além do enfrentamento do preconceito e do racismo institucional. O Plano é executado com a parceria dos governos estaduais e municipais, priorizando os municípios com os maiores índices de violência contra esses jovens (www.juventude.gov.br/juventudeviva). Até o momento o Juventude Viva foi implementado em Alagoas, Paraíba, Distrito Federal e Entorno. Este ano, a iniciativa chegará a outros territórios, incluindo a cidade de São Paulo, onde será lançada ainda no mês de outubro.

O debate na CDH contou com a participação da vice-presidenta do Conselho Nacional de Juventude, Ângela Guimarães; da coordenadora do Plano Juventude Viva pela SNJ, Fernanda Papa; e de representantes da sociedade civil. Além do rapper Gog, estarão na mesa Lula Rocha (Fonajunes); Enderson Araújo (Mídia Periférica); Débora Carvalho (Movimento Mães de Maio) e Júlio Jacobo (Clacso/Mapa da Violência).

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Atualidades



Atualidades

  AS NOVAS ÂNCORAS DA TV BRASILEIRA
Diariamente, ou quase isso, elas invadem sua casa com credibilidade, segurança, carisma, alegria, beleza e muita informação

POR CUCA LAZAROTTO*
FOTOS: JOHNNY


Elas são jornalistas, comunicadoras, formadoras de opinião, professoras, cantoras e guerreiras. Negras! Chegar lá não foi fácil. E não é mesmo para a maioria de nós, apresentadoras e repórteres. Mas a vontade e a determinação leva qualquer um a qualquer lugar. Já dizia o rolling stone Mick Jagger: You can always get what you want (Você sempre pode conseguir o que quer). Só que é preciso ter muita certeza do que se quer e querer de verdade, se dedicar, estudar, aproveitar as oportunidades e nunca perder o foco. Os objetivos são particulares, cada um tem o seu. O bacana é ver que essas colegas estão aí fazendo bonito na televisão.
Talvez você esteja se perguntando: por que uma concorrente loira está aqui, na Raça, escrevendo sobre essas "novas profissionais" da comunicação televisiva. Bem, primeiro porque fui convidada pelo editor dessa revista, Fran Oliveira, para fazer essa matéria. O que é um privilégio! Segundo, exatamente por ser uma colega e estar na TV há mais tempo do que elas e, portanto, ter o distanciamento que me permite entender o caminho destas excelentes profissionais que hoje se destacam na mídia. Quando comecei na TV, em 1990, eram muito poucas as negras atuantes no telejornalismo brasileiro, se não me engano apenas Glória Maria e Zileide Silva. Estas que, sem dúvida serviram de inspiração e são exemplo e referência para as nossas estrelas dessa reportagem: Anelis Assumpção, Joyce Ribeiro, Lica Oliveira, Luciana Barreto, Maria Julia Coutinho e Roberta Garcia. O estopim para essa reportagem foi exatamente a evolução e a ocupação por novos profissionais negros na mídia. E já que elas ocupam esse espaço, falamos sobre isso, sobre o reflexo dessa conquista na comunidade negra brasileira e também qual o caminho que as trouxe até aqui, seus ideais, e um pouco mais... Mais uma vez, por saber muito bem como é ser apresentadora, dar uma entrevista e nem sempre ler exatamente o que eu disse, e também por respeito e admiração por elas, é que daqui para a frente você vai ler, literalmente, o que elas sentem, viveram e me contaram.
"A valorização das diferenças está fazendo o negro e o branco brasileiros acreditarem que "black is beautiful", sim senhor!"
LICA OLIVEIRA


MARIA JULIA COUTINHO
apresentadora do telejornalCultura-Meio-Dia, da TV Cultura. Sua carreira teve início na própria Fundação Padre Anchieta onde começou como estagiária. Passou por vários cargos do departamento de jornalismo até tornar-se repórter, função que exerceu por quase três anos. A grande chance surgiu no final de 2005 quando apresentou oJornal da Cultura ao lado de Heródoto Barbeiro.

ROBERTA GARCIA
estreou no vídeo no programa Vitrine, por incentivo de Maria Cristina Poli. Nos últimos dois anos pudemos acompanhar sua porção radical, na ESPN Brasil, onde apresentou um programa diário, e ao vivo, de esportes radicais, oAção Compacto e outro semanal, Super Ação. Com a decisão da ESPN de investir mais em futebol, ela saiu há pouco da emissora, em breve a veremos no vídeo novamente

JOYCE RIBEIRO
está no SBT desde agosto de 2005, onde inicialmente apresentava o Jornal do SBT Manhã. Hoje edita e apresenta um bloco de meteorologia, além de ser a substituta oficial dos apresentadores Ana Paula Padrão e Hermano Henning. Sua primeira oportunidade foi na Rede Record como apresentadora do Fala Brasil e do Record News, jornal feito no Brasil e assistido no exterior pelas comunidades brasileiras.


ANELIS ASSUMPÇÃO
é apresentadora, cantora, percussionista e assume ?nunca imaginei que trabalharia com comunicação na vida?. Seu próximo programa ainda não estreou, mas já está pronto é o Sinfonia Fina, da TV Cultura. Um programa feito no conservatório de música de Tatuí que traça um paralelo entre a música erudita e a popular, tudo isso pelo olhar dos estudantes de música do conservatório.
LUCIANA BARRETO
é a âncora do Edição Nacional, da TVE Brasil. Ela jamais imaginou ir para o vídeo. Na reformulação do canal GNT, ela foi convidada, por Inácio Coqueiro, a fazer teste de apresentadora. ?Ninguém acreditou, nem eu mesma. Mas ele sim! Em poucos meses fui convidada para apresentar o BandNews. E de lá para a TV aberta ao lado de Carlos Nascimento, no Jornal da Band. Depois, recebi o convite da TVE Brasil. Cá estou eu!?
LICA OLIVEIRA
é jornalista, atriz e ex-jogadora de vôlei. Apresentava o programaEsporte Espetacular, da Rede Globo. ?Sempre admirei o trabalho dos repórteres e apresentadores de TV, principalmente os esportivos, que cobriam os campeonatos de vôlei e os grandes eventos, como as Olimpíadas que, felizmente, tive o prazer e a honra de participar. Joguei duas Olimpíadas, a de Los Angeles e de Seul.?

Elas não são as únicas afrodescendentes no ar na televisão brasileira, existem muitas(os) outras(os). Mas todas concordam que o espaço do negro na mídia é ainda muito pequeno, mas extremamente importante. Segundo Luciana, basta pensarmos na história do Brasil. "Há pouco mais de 100 anos nós estávamos na cozinha e na roça, sem estudo e sem perspectivas. Hoje, chegamos à universidade, superamos as adversidades e estamos conquistando nosso lugar no mercado de trabalho. Isso é maravilhoso! Acho que se nós ainda temos poucos negros no jornalismo é porque também temos poucos na universidade. É só um reflexo."
Joyce acredita que "temos vários motivos para comemorar, mas ainda não está nem perto do ideal. O fato de estarmos um pouco mais representados na TV, faz a comunidade acreditar que as coisas podem ser transformadas, neste ponto ajuda muito, mas a realidade de vida ainda é muito dura, desigual, excludente. No mundo das artes e no esporte, a aceitação do negro já é maior. As pessoas ainda estranham a presença do negro em áreas como medicina, engenharia, jornalismo, publicidade, direito." Anelis acredita que a questão seja mais profunda. "Não é só na mídia que a "ocupação" deve acontecer. Tem muito negro (leia-se pobre) fora da escola. Como ser um bom profissional em qualquer área estando fora do sistema? A identificação é muito importante para a auto-estima do cidadão! Num país onde mais de 60% da população é negra, não dá pra ligar a televisão e achar que você não faz parte desta sociedade."
"Temos vários motivos para comemorar. Mas ainda não está nem perto do ideal"
JOYCE RIBEIRO
Zileide Silva
REPÓRTER E CORRESPONDENTE INTERNACIONAL DA REDE GLOBO
Raça Brasil - Você sonhava ser jornalista?
Não. Sempre gostei de ler e escrever. Mas como também gostava muito de matemática e física, demorei um pouco para decidir. Meu primeiro vestibular foi para física na PUC-SP. Fui aprovada e até comecei a cursar. Mas logo vi que não era minha praia e optei mesmo por jornalismo
Como você vê a evolução e ocupação por novos profissionais negros na mídia?
É ótimo. São profissionais competentes, bem preparados e que estão ocupando este espaço graças à competência.
Essa evolução muda alguma coisa no diaa- dia dos negros na sociedade? O quê?
Vou responder dando um depoimento. Na Câmara, quando encontro seguranças negros, eles sempre me dizem que eu, Heraldo Pereira, Dulcinéa Novaes, Abel Neto e outros colegas negros somos referência para eles que exigem que os filhos estudem, se preparem para que possam também ocupar espaços como os nossos. É muito legal e também uma tremenda responsabilidade.
Qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
Vários. Mas, sem dúvida, a cobertura dos atentados às torres gêmeas em Nova York. É chavão dizer isso, mas vamos lá, fui testemunha ocular de um fato histórico.
Como se sente, citada como referência e exemplo de profissional e jornalista?
É uma tremenda responsabilidade, mas também um incentivo para trabalhar sempre bem, tentando fazer o melhor.
Qual é o conselho para os iniciantes?
Não desistir. Não é fácil, mas vale a pena. E ler muito, sempre.

ELEVANDO A AUTO-ESTIMA
Roberta lembra que "a competência não tem cor". Existem sim poucos negros na televisão, não por falta de vaga, mas por falta de oportunidade de estudo e influência, conseqüência de uma grande falha em nossa formação cultural. Roberta me contou que, certa vez, ao encontrar o rapper Rappin Hood ouviu um comentário maravilhoso: 'Quando começa o Ação Compacto a favela pára!' Isso quer dizer que, quanto mais blacks aparecerem, mais aquele menino negro que não tem perspectiva e não tem em quem se espelhar, sabe que também pode chegar lá. Todos nós precisamos de um personagem que desperte nosso desenvolvimento."
A apresentadora Lica Oliveira constata que "ainda somos poucos, mas somos alguns. A diversidade nas empresas só traz benefícios. O nosso país é colorido nas ruas, mas quando alcançamos patamares socioeconômicos um pouco mais elevados, esta gama de cores diminui. E a TV como empresa, prestadora de serviço e um veículo de relevante valor na nossa sociedade, percebe o momento de mudança, os questionamentos desta sociedade e o anseio por identidade. E, em razão disto, começa a investir em profissionais negros, contribuindo assim, para diluir o olhar estigmatizado que se criou, tornando visíveis os trabalhos destes bons profissionais", diz concordando que essa evolução realmente muda alguma coisa no dia-a-dia dos negros na sociedae brasileira. "A identificação ou o estranhamento são despertados em quem nos assiste em um primeiro momento. Porém, diante da imensa população negra deste país, acredito que a identificação se sobreponha ao estranhamento. Estão nos dando a oportunidade de fazer muitos jovens acreditarem que é possível o negro fazer televisão e o que mais ele acreditar que possa nesse nosso país. Além de melhorar a auto-estima", afirma Lica Oliveira.
Maria Julia concorda com as colegas e completa: "acredito que a evolução da conquista de espaço dos negros nos meios de comunicação deve-se muito a pressão feita pelos movimentos de defesa da comunidade negra." Quanto ao reflexo do seu trabalho na TV Cultura ela exemplifica com uma história interessante. "Outro dia, uma garota negra de 8 anos de idade me enviou um desenho cujo título era "Garotas Estilo Maria Julia". Ela desenhou quatro garotas com meu biotipo, usando diferentes estilos de cabelos. Isso prova que estamos elevando a auto-estima daqueles que se consideram negros. Eles olham para os profissionais negros que ocupam uma posição de destaque na televisão, ou em outros setores, e pensam: eu também posso!"
COTAS NA UNIVERSIDADE
O bom é saber que elas são exemplo para as gerações futuras e que esse espaço está apenas começando a crescer. É como disse Roberta Garcia. "Quem eram os jornalistas negros brasileiros de ontem? Não me lembro, não tenho referência. Hoje, estão no ar, em diversos canais abertos e fechados. Isso é ótimo, e me deixa muito otimista em relação às próximas gerações." Todos nós ficamos otimistas! O respeito pelas diferenças, a igualdade, ganhando novas e maiores proporções. Isso sem nenhuma interferência política. Todos sabem que a questão das cotas nas universidades é polêmica. E ao falar sobre o assunto com as entrevistadas percebi que todas elas acreditam que esta seja uma medida necessária, apenas por um período. Maria Julia acredita no poder dos debates. "O importante no sistema de cotas ou no Estatuto da Igualdade Racial é o embate de idéias gerado pela possibilidade de implantação dessas medidas. Creio que desse conflito surgirão soluções conciliatórias que atendam à sociedade em geral. A Unicamp, por exemplo, adotou um sistema de inclusão diferente. Lá, o Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social prevê uma compensação de pontos na nota final dos alunos e beneficia também os estudantes negros e indígenas." Minha opinião vai de encontro com a da Roberta, o problema está na base da educação, temos que melhorar o nível do ensino fundamental para um futuro melhor. "Não adianta ter cotas na universidade e as nossas crianças continuarem com essa ´sem educação´ que o país oferece", diz Roberta.
Na verdade a questão é muito mais social do que racial. "A questão não é ser negro. É ser pobre!", diz Anelis. Como eu disse no começo dessa matéria o importante é acreditar no sonho e fazê-lo acontecer. E foi isso que elas fizeram.
"Chegamos à universidade, superamos as adversidades e estamos conquistando nosso lugar no mercado de trabalho. Isso é maravilhoso!"
LUCIANA BARRETO


Heraldo Pereira
REPÓRTER E APRESENTADOR DA REDE GLOBO DE TELEVISÃO
Raça Brasil - Ser o primeiro apresentador negro do maior e mais importante telejornal do Brasil. O que isso representa? Heraldo Pereira -
Tenho o maior orgulho da minha profissão de repórter. Faço com determinação e muito carinho o meu trabalho pensando, sempre, no público que vai receber a mensagem. O nosso desafio, de todos nós penso, é buscar uma mensagem precisa, bem-apurada, verdadeira, que seja informação pura e de qualidade. É como repórter, e eu trabalho em televisão desde 1980, que fui chamado para participar do rodízio de apresentadores do Jornal Nacional nos fins de semana, nas folgas do William Bonner e da Fátima Bernardes. Tenho orgulho de, assim, poder atuar ao lado de amigos dos mais experientes da televisão brasileira que, a cada apresentação, tanto me ensinam. Assim temos como meta fazer um trabalho que seja referenciado pela qualidade, credibilidade, respeito ao nosso público, independentemente da cor de quem faz ou recebe as notícias. Fazemos um trabalho para a população brasileira que é múltipla. E aí está, creio um de seus maiores valores. Fico contente em poder participar do time da Globo. Este conjunto de profissionais sim é referência para os novos profissionais que estão chegando à televisão, entre eles, cada dia mais, louvado seja, moças e rapazes do nosso povo negro como os exemplos que estão nesta edição de Raça.
Que conselho você daria para quem esta começando?
Leitura, obstinação, dedicação. É preciso se preparar cada dia mais, acadêmica ou informalmente, se empenhar com afinco. Referencie-se nos escritores clássicos brasileiros, e já que estamos abordando a nossa negritude, nunca deixem de lado Machado de Assis, nunca, e todo o material que nós da imprensa produzimos nas TVs, rádios, jornais, revistas, etc.
Como você vê a evolução e ocupação por novos profissionais negros na mídia?
É cada vez maior o número de negros que ingressam nos cursos de comunicação. Isso é muito bom. Passamos a ter um banco de talentos jornalísticos com boa formação. Daí para o mercado de trabalho é automático. Que bom. E muita gente ainda vai chegar. Um dia, quem sabe, não teremos mais que tratar, com admiração, deste tema. Haverá tantos jornalistas negros...
Essa evolução muda alguma coisa no dia-a-dia dos negros na sociedade? O quê? momento mais marcante da sua carreira?
Muda sim. Quanto mais estivermos presentes em posições diferenciadas da sociedade, das quais estivemos por tanto tempo excluídos, maior será a ocupação de espaço de excelência. Sem isto um país múltiplo, como o Brasil, não se constituirá como uma nação. E sem nação todos vamos perder. Poderemos formar uma sociedade verdadeiramente nova, caso contrário, será um desastre. Para que isso aconteça, nós negros teremos de estar integrados aos mais diversos setores do país. É inevitável. Ninguém conseguirá barrar este processo. Mesmo que alguns tentem.
Você sonhava em ser comunicador?omo se sente, citada como referência e exemplo de profissional e jornalista?
Penso que sim, desde pequeno. Sou de uma cidade de comunicadores, Ribeirão Preto, em que o rádio sempre foi muito presente, eu tenho a comunicação na cabeça.
Em algum momento você se sentiu privilegiado pela sua cor?
Acredito que conquistei meu espaço graças à minha dedicação e ao trabalho que realizei desde 80, quando entrei na televisão.
Houve alguma situação de preconceito?
Negro se vê diante de situação de preconceito rotineiramente, no dia a dia. Alguns não dão bola. Dizem que o problema é de quem tem preconceito. Bacana. Outros ficam indignados. Já fiquei muito indignado. Tento, cada vez mais, dar menos bola. Sei que também os preconceituosos terão de estar com a gente na construção do país que todos queremos.
Qual foi o momento mais marcante de sua carreira?
Foi quando cobri o acidente do João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, em Campinas, interior de São Paulo. Ele continua sendo meu grande ídolo. Tenho saudade do João..
Você concorda com as cotas reservadas para negros nas universidades, empresas e, até mesmo, em Hollywood?
Concordo e precisamos agora criar o nosso modelo de cota, sem modismos importados, para a nossa realidade educacional.

SONHAR É PRECISO
Maria Julia desde criança vivia brincando de apresentar telejornal, redigia jornaizinhos na escola ou apresentava trabalhos escolares em forma de telejornal. A primeira experiência televisiva foi no laboratório de TV da faculdade. Ao fazer a primeira reportagem para o Edição Extra, ela decidiu que gostaria de trabalhar com vídeo. Já Roberta sempre quis fazer rádio e por isso começou na Rádio Cultura. Uma vez lá dentro acabou experimentando a televisão, meio que sem querer, só para provar para si mesma que TV era o que ela não queria. Hahaha, foi picada pelo bichinho e viciou.
Luciana lembra que quando criança dizia que seria jornalista e que trabalharia no Jornal do Brasil. Mas desde o princípio a vida rumou para televisão e ela decidiu não lutar contra isso. O primeiro estágio em TV foi no Canal Futura e lá ela se dedicou plenamente. "Você sabe que, como toda "minoria", o negro acaba tendo de provar talento e competência no trabalho". Seu objetivo era se tornar "indispensável porque realmente precisava muito do emprego". Depois de muitas batalhas e algumas conquistas lá estão elas, no ar, reportando ou apresentando, e a busca de cada uma continua.
A grande motivação para Roberta é a interação. "Sou uma formadora de opinião, tenho essa responsabilidade e levo muito a sério as matérias que produzo. Meu ideal é instruir sempre, com respeito e credibilidade."
O que motiva Joyce e Anelis é ver a cada dia um resultado melhor. Anelis busca apresentar um programa de música, investigativo, interessante... Joyce quer liderar um t elejornal respeitado. "Liderar um jornal é uma união dos conceitos que são aprendidos com os anos". Já para Luciana a motivação é o aspecto social. "É inevitável. Sempre quis ser jornalista para divulgar o que de bom pode ser feito no mundo e para o mundo." O seu sonho profissional? "Saber a hora certa de sair do vídeo e começar a escrever."
A preocupação social de Luciana faz parte do dia-a-dia da jornalista e professora. "Há dez anos eu dou aulas de redação para estudantes do Educafro (curso de pré-vestibular para negros e carentes), um trabalho que acrescenta muito na minha vida e, óbvio, também na deles. Em 1996 eu era exatamente como qualquer um dos meus alunos - uma menina pobre, moradora de uma região que carecia de tudo e que sonhava em me tornar uma profissional de nível superior. Hoje, quando meus alunos me vêem eles pensam "É possível. Eu vou conseguir." Por outro lado, quando eu olho para eles eu penso: "Nossa, quantos obstáculos eu já superei."
É isso aí galera. Está dado o exemplo. Agora é só acreditar. Buscar. Lutar. E depois sentir o gosto da vitória e não perder o foco, nem a humildade. Quanto a você e eu, nos cabe dar audiência a todas elas para que possamos assisti-las por muitos e muitos anos. Sorte meninas!
*CUCA LAZAROTTO É APRESENTADORA DO PROGRAMA METRÓPOLIS, DA TV CULTURA.

Relações de trabalho e saúde no samba serão discutidas no RJ



Relações de trabalho e saúde no samba serão discutidas no RJ

Relações de trabalho e saúde no samba serão discutidas no RJ

A Fundacentro do Rio de Janeiro inicia o seu ciclo de palestras com o intuito de discutir pesquisas atuais na área de segurança e saúde no trabalho

Por ACS/DMS em 07/10/2013
A Fundacentro do Rio de Janeiro realizará no dia 17 de outubro de 2013, a primeira de um ciclo de palestras com o título ?Pensar o agir no campo da segurança e saúde do trabalhador?. Nesta primeira edição, o tema que será discutido é sobre ?Relações de Trabalho e Saúde no Samba: do conhecimento popular para a formação em saúde pública?.
O evento acontecerá no auditório Judicial da TRT 1ª Região, situado à avenida Presidente Antônio Carlos, 251 ? 9º andar ? Centro ? Rio de Janeiro ? RJ, às 14h.
Sob a coordenação de José Marçal Jackson Filho da Fundacentro/RJ, estarão presentes para discutir e debater o tema, Jorge Teixeira da Fundacentro/RJ e o pesquisador José Augusto Pina, do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Fiocruz).
A palestra faz parte do ciclo de palestras técnicas oferecidas a profissionais, trabalhadores e estudantes de segurança e saúde no trabalho e áreas afins. Estão programadas mais duas palestras com temas voltadas à SST, uma para novembro e outra será em dezembro -, as informações sobre as próximas palestras serão disponibilizadas assim que a programação estiver pronta.
O evento será lúdico, no qual poderá sair letra de samba focando a saúde e segurança do trabalhador que desenvolve atividades em escolas de samba.
?Nesse primeiro momento não tem ligação com o projeto ?Cidade do Samba?, porém, convidaremos todos para discutir o tema e que poderão trabalhar em conjunto para que possamos promover cursos com a mesma metodologia?, ressalta Jorge Teixeira.
São oferecidas 60 vagas. O evento é gratuito e a pessoa que tiver interesse em participar, deve enviar para o email: eventos.cerj@fundacentro.gov.br. Informações complementares podem ser obtidas junto à Fundacentro/RJ, pelos telefones: (21) 2507.9041/9047.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou o blogueiro e apresentador Paulo Henrique Amorim pelo crime de injúria qualificada contra o jornalista Heraldo Pereira. Em decisão do dia 20 de junho, a 3ª Câmara Criminal do TJ-DF entendeu que Amorim cometeu crimes raciais quando disse que ?Heraldo é o negro de alma branca? e quando escreveu que ?ele não conseguiu revelar nenhum atributo para fazer tanto sucesso, além de ser negro e de origem humilde?. Também considerou que o apresentador cometeu injúria ao dizer que o jornalista ?se ajoelha? e ?se agacha? perante o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.
As afirmações foram feitas no blog Conversa Afiada, mantido por Paulo Henrique Amorim. A decisão, de relatoria da desembargadora Nilsoni de Freitas Custodio, reformou a sentença, que entendeu que houve decadência da acusação, e trancou a denúncia. Amorim foi condenado a um ano e oito meses de prisão e 15 dias-multa. A pena foi reduzida em três meses por conta da senilidade do blogueiro (que já tem mais de 70 anos). Porém, foi aplicado o agravante pelo fato de as ofensas terem sido publicadas em meio de grande visibilidade. Como o cálculo final é inferior a quatro anos, a pena será convertida por restritiva de direitos.
Para a relatora, as expressões usadas por Paulo Henrique Amorim ?foram desrespeitosas e acintosas à vítima, excedendo os limites impostos pela própria 
Constituição Federal e ferindo seu objetivo primordial, que é o exercício da 




democracia?. ?Portanto, não há como entender que o réu agiu apenas com o animus narrandi ou criticandi, devendo a liberdade conferida a ele ser limitada, tendo em vista que feriu direito alheio?, escreveu.
A desembargadora argumentou que ?a expressão 'negro de alma branca' não raro é entendida em sentido pejorativo, indicando que pessoas de cor branca são sempre relacionadas a atributos positivos ao passo que as de cor negra são sempre associadas a qualificações negativas e que seriam mais dignos se se igualassem aos brancos, o que indubitavelmente se adéqua ao crime de injúria racial?.
O TJ do Distrito Federal também entendeu que as declarações do blogueiro não configuraram crime de racismo nos moldes do artigo 20 da Lei 7.716/1989, como pedia o Ministério Público. Os desembargadores entenderam que se tratava do crime de injúria qualificada por preconceito racial.
De acordo com o voto da relatora, racismo é quando o crime se destina a toda a coletividade em razão de raça, cor ou origem. À acusação, continuou a desembargadora, cabe demonstrar que o réu ?traçou perfil depreciador ou segregador das pessoas que compõem determinado grupo?.
Já o crime de injúria, segundo o entendimento do TJ-DF, acontece quando se tem a intenção de ofender a honra subjetiva de alguém. O preconceito racial é uma qualificadora do delito. 
?Como se vê, a distinção entre os citados tipos penais reside no elemento subjetivo do tipo, de forma que o crime será o de discriminação se a intenção do réu for atingir número indeterminado de pessoas que compõem um grupo e será o de injúria preconceituosa se o objetivo do autor for atingir a honra de determinada pessoa, valendo-se de sua cor para intensificar a ofensa?, escreveu a desembargadora Nilsoni.


Órgão


:

Classe
:
APELAÇÃO CRIMINAL
Processo
:
2010 01 1 117388-3 APR
Apelantes
:
MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS e ASSIISTENTE DE ACUSAÇÃO
Apelado
:
PAULO HENRIQUE DOS SANTOS AMORIM
Relatora
:
DESEMBARGADORA NILSONI DE FREITAS CUSTÓDIO
Revisor
:
DESEMBARGADOR JOÃO BATISTA TEIXEIRA




E M E N T A

APELAÇÃO CRIMINAL. DIREITOS CONSTITUCIONAIS. LIBERDADE DE IMPRENSA. HONRA. PONDERAÇÃO. CRIMES. INJÚRIA RACIAL E RACISMO. DIFERENÇA. ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO. PRIMEIRA IMPUTAÇÃO. DOLO DE INJURIAR. PRESENÇA. CONDENAÇÃO. SEGUNDA IMPUTAÇÃO. DOLO. AUSÊNCIA. ABSOLVIÇÃO.
I - É certo que a exposição livre de ideias e críticas é inerente ao Estado Democrático, possibilitando se questionar e confrontar os pensamentos dos grupos dominantes, o que torna as pessoas públicas ainda mais suscetíveis de fazer e receber críticas. Entretanto, o fato de o réu ser jornalista não lhe outorga o direito de poder discriminar ou injuriar outras pessoas públicas.
II ? Se as críticas do réu, em relação à primeira imputação, não são realizadas com o intuito de colocar em debate questões de interesse social, mas sim com o objetivo de atingir a vítima, não há que se falar emanimus narrandi ou criticandi.
III - A distinção entre os crimes de preconceito e injúria preconceituosa reside no elemento subjetivo do tipo. Configurará o delito de discriminação se a intenção do réu for atingir número indeterminado de pessoas que compõem um grupo e o de injúria preconceituosa se a objetivo do autor for atingir a honra de determinada pessoa, valendo-se de sua cor para intensificar a ofensa.
IV ? Se o réu divulga artigo que se restringe a criticar a vítima, sem qualquer dado concreto, referindo-se a esta como sendo pessoa que não conseguiu revelar nada além de ser ?negro e de origem humilde? e utilizando expressões como ?negro de alma branca? resta caracterizado o crime de injúria preconceituosa.
V ? Afasta-se a extinção da punibilidade em decorrência da decadência do direito de representação diante da dúvida a respeito da data em que a vítima veio a saber da ocorrência do crime e de quem era o autor.
VI ? Justifica a elevação da pena-base do crime de injúria preconceituosa se a vítima é figura pública que depende de sua imagem para exercer a profissão e, após as lesões provocadas pelo crime, encontre dificuldades perante a sociedade e a sua profissão.
VII ? Deve ser reconhecida a atenuante da senilidade se o réu completa setenta anos antes do acórdão condenatório.
VIII ? Se as ofensas foram publicadas no site do réu, que tem grande número de acessos, facilitou-se a divulgação da injúria, devendo ser reconhecida a causa de aumento de pena prevista no inciso III do art. 141 do Código Penal.
IX ? Mantém-se a absolvição em relação à segunda imputação se, apesar da presença de termos fortes, o réu agiu com o ânimo de narrar os fatos, criticando a postura da vítima enquanto jornalista de emissora rival, sem, no entanto, extrapolar os limites impostos ao exercício do direito à livre manifestação do pensamento.
X - Incabível a condenação na reparação por danos morais se as partes realizaram acordo judicial de composição de danos homologado por sentença transitada em julgado sob pena de bis in idem.
XI ? Recursos conhecidos e parcialmente providos.


A C Ó R D Ã O


Acordam os Desembargadores da Terceira Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, NILSONI DE FREITAS CUSTÓDIO - Relatora,JOÃO BATISTA TEIXEIRA ? Revisor, JESUÍNO RISSATO ? Vogal, sob a presidência do Desembargador JOÃO BATISTA TEIXEIRA, em proferir a seguinte decisão: CONHECER E DAR PARCIAL  PROVIMENTO, POR MAIORIA, VENCIDO O VOGAL, de acordo com a ata de julgamento e notas taquigráficas.
Brasília (DF), 20 de junho de 2013.



Desembargadora NILSONI DE FREITAS CUSTÓDIO
Relatora