quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Estudante da UFMG é expulso por participar de trote racista

Não devemos considerar que a comemoração seja algo efusivo e alucinante. Essa comemoração apenas remonta a ideia de que em uma sociedade globalizada, pautada no respeito ao ser humano e a sua dignidade, não se pode admitir que o Estado democrático autorize que tais atos, fatos ou ações ocorram sem uma punição severa e exemplar.
Em que pese a expulsão do aluno mais identificado no ato selvagem, desprovido de razão crítica racional, discriminadora, repulsiva e desleal o que me causa algum espanto é saber quais serão todos os desdobramentos.
A punição deve estar também sendo estudada pelo Judiciário, pois o crime cometido se assemelha ao crime de tortura, portanto guardado pela imprescritibilidade e deve ter uma medida judicial tal que faça a reflexão mental do aluno, imaginando que ele tem, agir no sentido de pelo menos guardar seus ódios sabedor de que e Lei está para punir os que desavisada e insensivelmente usam do "privilégio" de sua cor para subjugar outras.
Espero que para além da punição acadêmica que não vai impedi-lo de ingressar em outra Universidade qualquer, ele seja punido criminalmente. Quiça possa ser determinado o trabalho com grupos vulneráveis o que poderá lhe ajudar a tirar da ideia pobre e apequenada que este apresenta o que é estar, ser tratado como algo que se descarta por não servir mais, como mero e desprezível objeto ou utensílio.
A finalidade da Lei não pode se consubstanciar só em vigiar e punir, ela deve apresentar em seu bojo a necessidade de educar, ou reeducar, fato que vai tornar objetiva a sua aplicação e efetiva o seu cumprimento.

Estudante da UFMG é expulso por participar de trote racista

Outros três alunos foram suspensos. Punições foram adotadas após parecer de comissão que investigou 198 estudantes de Direito
Estudante da UFMG é expulso por participar de trote racista (© Reprodução Facebook)
BELO HORIZONTE - Um estudante da Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG) foi expulso e três foram suspensos por um semestre por causa de um trote considerado racista ocorrido no início do ano passado. As punições adotadas nesta terça-feira, 12, pelo Conselho Universitário da instituição foram adotadas com base em parecer de comissão que chegou a investigar 198 estudantes da Faculdade de Direito. Este ano, a universidade editou resolução que proíbe qualquer tipo de trote.
O caso que resultou nas punições ocorreu em 15 de março de 2013 e foi motivo de polêmica por causa da divulgação de fotos em que veteranos aparecem fazendo a saudação nazista ao lado de um calouro amarrado a uma pilastra. Em outra fotografia, uma aluna pintada de preto e com um cartaz pendurado no pescoço com a frase "Caloura Chica (sic) da Silva" é puxada por uma corrente por outro estudante.
Para a comissão formada por três professores da faculdade encarregada do processo administrativo disciplinar contra os estudantes, as imagens, veiculadas em redes sociais e na imprensa, são "repulsivas e remontam a situações simbólicas de discriminação histórica, além de atentarem contra as conquistas da liberdade, igualdade e diversidade garantidas juridicamente, o que não pode ser olvidado, especialmente em uma faculdade de Direito".
Segundo a assessoria da UFMG, o parecer foi decisivo para a expulsão de Gabriel de Vasconcelos Spínola Batista e as suspensões de Gabriel Augusto Moreira Martins, Gabriel Mendes Fajardo e Giordano Caetano da Silva pelo "envolvimento na aplicação de trote em alunos do primeiro período da Faculdade de Direito". Ao todo, a sindicância instaurada para apurar o caso constatou que 68 alunos do segundo período da faculdade participaram do evento, 98 estudantes contribuíram com dinheiro para o trote e 32 integrantes do centro acadêmico fizeram a distribuição de bebidas alcoólicas na ocasião, mas apenas os quatro punidos aparecem nas fotos.
"A Universidade tem uma responsabilidade perante a sociedade e a comunidade, e atos como esses não podem ser tolerados", avaliou o reitor da instituição, Jaime Ramírez. Para ele, as punições "vão ao encontro de medidas" adotadas este ano pela universidade, como a resolução que proíbe trotes. O Estado não conseguiu localizar os estudantes na noite desta terça.

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