sexta-feira, 23 de novembro de 2012


Detalhes importantes.

1. Procurei observar atentamente os órgãos de imprensa, vi manifestações reduzidas sobre a posse do novo ministro, Joaquim Barbosa. Nenhum trouxe mais que duas linhas de informação, afora constatar que foi um empregado faxineiro que conseguiu vencer e não sucumbir ao processo posto. Ora, por favor, o que se esconde e até mesmo na fala de alguns jornalistas é a necessidade de manutenção de um "status quo" que secular e historicamente beneficiou pequenos grupos e que tinham origem étnica totalmente diferente da etnia que uma parcela contesta. Minha preocupação é que essa parcela produz pensamento, e até acadêmico, mesmo lá do alto da sua cadeira confortável que se limitou a fazer análise social resumindo-a a bons e excelentes livros.
2. Quando o Ministro Joaquim Barbosa, diz no seu discurso que esse Brasil tem uma dívida social com seu povo, ele de forma inteligente e subjetiva aponta quem é esse povo. Só não sabe quem não conhece, não reconhece a história ou sabedor dela, o que é pior, preocupa-se em negá-la sob pena admitir que sua ancestralidade escravizou, barbarizou e matou. Afinal quem são os filhos de fazendeiros donos de escravos hoje e quem são os filhos de escravos de outrora? Eu não sou o filho do fazendeiro, logo.......
3. Essa história distorcida de que é a educação e não a cor da pele que transforma precisa ser extirpada. Não tenho dúvida de que uma educação, PÚBLICA e de qualidade auxilia na libertação de estigmas, preconceitos, deformações, etc. Agora, não admitir que há uma ligação umbilical entre  desenvolvimento x racismo, história x educação e racismo, dentre outras coisa que poderia aqui citar precisam ser devidamente analisados. Cabe-nos analisar que educação foi destinada a um grupo e ao outro grupo étnico. Dissociar conteúdo e qualidade de educação da cor da pele continua sendo um erro que deve ser corrigido, pois a permanência dessa idéia distorcida vai continuar criando uma confusão que não se permite mais. A discriminação, o racismo, o preconceito só caminha justamente porque há uma falta de educação digna que se preocupe em educar sem esse compromisso com ideias retrogradas e desprovidas de lealdade no seu conteúdo ao falar dela própria, principalmente sobre a nossa história.

Um comentário:

  1. Posso expor meu pensamento! Bem como bem falei no dia 22\11\2012 quando fiz parte da mesa no auditório da CELESC- Florianópolis Penso, sim a muita historia distorcida e vamos a fatos. Quem eram os Europeus que escravizaram os negros... Eram cristãos e sendo assim a mando da igreja estes Europeus Cristãos matavam, estupravam, surravam os negros, a igreja via o negro como mercadoria não eram os Europeus e sim os Europeus cristãos que viam os negros como mercadoria. A santa igreja falava que o negro não tinha alma e portanto deveria ser tratado como animal e como animal poderia ter maus tratos sem problemas a mesma igreja em época da guerra santa falava que aquele que matasse um infiel a igreja e morresse lutando pela igreja na mesma hora seria perdoado, o Apartheid quem eram os Ingleses que os fizeram novamente os cristãos.Não, não quero aqui colocar me contra a igreja ou colocar a impressão de ser preconceituoso a igreja mas não podemos mais jogar a poeira para debaixo do tapete.O pré conceito contra o negro deve e muita sua existência pelo fato da igreja impor tudo isso ao negro. Bem qual é a identidade negra... Eu fiz esta pergunta e vejo que muitos negros não sabem nem o que responder e isso devido a anos de maus tratos e descasos de muitos. A identidade negra para mim esta não na cor de pele e sim nos valores que o negro dentro de sua essência deve ter, valores de respeito próprio pelo seu passado, passado este de luta de muitos negros que bem antes de Ganga Zumba e Zumbi lutavam por dignidade e para sobreviver. Respeito pelos seus antepassados e suas origens tribais e ritualísticas. Quando falo que a identidade negra vai alem da cor de pele falo pois conheço muitos negros que não se vem como negros e sim como brancos e vivem um total depresso a defesa ou luta de qualquer movimento negro,mas à muitos de cor de pele entendida como branca que lutam e se identificam com a causa de lutas dos negros e sua identidade religiosa e pessoal. Bem assim é como eu vejo, tenho 45 anos de idade desde os 5 anos caminho dentro dos caminhos de terreiros de umbanda sendo afilhado de seu Zé pelintra e aos 14 anos sou iniciado dentro do candomblé,no ano 2000 fui a Havana -Cuba e lá também me iniciei dentro de ifà e tanto aqui no Brasil- Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo e hoje Florianópolis lugares onde morei tanto em Cuba convivi com a religiosidade africana e convivi com muitos negros e negras,este sou um sacerdote, um amigo, um pai e um homem preocupado com o rumo da historia do negro no Brasil. Abraços

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